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Artigo Publicado na Comex do Brasil

Em 22/08/17 por Carlo Barbieri

Conceitualmente, empreendedorismo é a disposição de uma pessoa desenvolver seu negócio.

Muitos que escrevem sobre o tema comparam o empreendedor com o pintor e uma tela em branco, que antecede sua criação.

Richard Branson destaca o que ele chama de 5 “segredos” para o sucesso do empreendedorismo:

  • Aprecie o que você faz ;
  • Crie algo que se destaque ;
  • Crie algo que as pessoas que trabalhem com você se orgulhem do trabalho e do negócio ;
  • Exerça liderança e Seja visível, converse, não fique atrás da mesa, aceite de bom grado sugestões.

Estas regras valem para empreendedores em qualquer parte do mundo, incluindo o Brasil e os EUA.

Adriane Pompo destaca que o empreendedor não “nasce” empreendedor e analisa as suas motivações.

Destacamos e todos concordam que o ambiente, as facilidades e dificuldades aumentam ou diminuem as chances de sucesso dos novos empreendimentos. Se, por um lado, a garra e a pertinácia dos empreendedores são fundamentais para o êxito, da mesma forma o pessimismo contribui para o ônus do insucesso. O legítimo empreendedor não se abate facilmente.

Nos EUA há uma cultura favorável ao empreendedor.

Viceja toda uma gama de incentivos para que a pessoa se arrisque em novos negócios, entre eles:

  • Financiamentos;
  • Apoio para fazer seu plano inicial de negócios (business plan);
  • Apoio às empresas de minorias;
  • Grupos de network em toda parte;
  • Entidades só para ajudar o micro e o pequeno empreendedor;
  • Abre-se uma empresa em 24 horas, via internet;
  • Não há legislação trabalhista que desestimula as contratações.
  • A pessoa jurídica não paga nenhum imposto a não ser sobre a renda;
  • Nas limitadas, nem paga, o resultado é repassado para a pessoa física dos sócios;
  • A limitação da responsabilidade é efetiva, não se estende à pessoa  física do empreendedor;
  • O imposto sobre a folha de pagamentos atinge no máximo a 22% e a  metade é de responsabilidade do funcionário;
  • Para fechar uma empresa, basta apenas não manifestar interesse em dar continuidade;
  • Desde que seja aberta nova pessoa jurídica, não há a “sucessão” de responsabilidade, mesmo que a empresa continue no mesmo lugar da anterior e na mesma atividade.

Em consequência, na maioria dos Estados não há, obrigatoriamente, o pagamento de 13º, aviso prévio, auxilio paternidade, férias remuneradas, adicional noturno, etc. Na prática, tudo existe, devido a acordo facultativo entre empregadores e empregados, pois interessa ao patrão manter um bom trabalhador e ao empregado ficar numa empresa que lhe valoriza.

É a meritocracia no dia a dia da empresa

E, o mais importante, o empreendedor é uma pessoa admirada, o vencedor é um herói social, o que ganha dinheiro é bem-vindo e parabenizado em todas as esferas sociais.

Sempre cito que nas reuniões que tive com o Governador Rick Scott ele fez as mesmas duas perguntas:

  • O que posso fazer para que vocês ganhem mais dinheiro?
  • O que posso fazer para que gerem mais empregos?

Ele sabe que isto é o que melhora a distribuição da renda, gera mais recursos para o Estado e aumenta, em termos reais, os salários.

No Brasil, levamos meses para abrir uma empresa e somos subjugados por uma legislação que poderíamos chamar de “injustiça” trabalhista.

  • mesmo que não tenham a menor participação ativa nos negócios, os sócios são eternamente e, no mais das vezes, injustamente, responsáveis por tudo que a empresa fez ou ficou devendo;
  • mesmo sem ter culpa decidida judicialmente, os bens dos gerentes e proprietários estão sujeitos à penhora automática;
  • só obtém financiamento aquele que prova não precisar de capital;
  • Mesmo assim, os juros são escorchantes, o que se paga nos EUA por ano, paga-se por mês no Brasil;

Em termos gerais, voltando aos aspectos comuns, vale dizer que se quisermos um Brasil empreendedor, gerador de empregos e riquezas, há muito a ser mudado na legislação, nas regras e na cultura.