Melhorar é parte de nossos desafios diários. Dizia meu avô que ‘quem para, anda para trás’. Quanta sabedoria!
O aprimoramento faz parte de nosso dia a dia.
Ao amanhecer, planejamos nosso dia.Quando fazemos nossa análise, ao final do dia, sempre nos damos conta de que faltou muito a ser feito.
Se isto ocorre com relação aos fatos e atos, quanto mais com relação ao nosso preparo. E ai está a questão.
Quantos de nós colocamos nosso aprimoramento pessoal, moral e profissional em nosso “ to do list”?
Quantos de nós, ao terminar o dia, perguntamos a nós mesmos o que poderíamos ter feito de melhor para nossos companheiros de trabalho, para nossa eficiência, para nós mesmos?
Em geral, nos damos por satisfeitos com os resultados positivos do dia. Vale mais a quantidade de resultados ou seu volume, nos preocupamos com a colheita, muito mais do que com a semeadura. Plantar e regar sempre.
Tenho um amigo, que admiro por sua sempre presente dedicação a manter os vínculos, Jay Faria. Todos os meses, liga a cada um dos seus amigos. Algumas vezes, busca uma desculpa, no geral, simplesmente demonstra seu carinho. Sempre compartilha experiências. Que grande exemplo de pessoa e de empresário. Planta e rega suas amizades com regularidade suíça.
Com isto, se atualiza, prepara o terreno para tudo e, ao mesmo tempo, para nada. Apenas uma amizade. Quem não quer um amigo como este?
Há outros, que só ligam quando necessário. E quando tem que agradecer por algo, reza para que o interlocutor não atenda para poder apenas deixar o recado, sem precisar interagir.
Qual dos dois queremos como amigo? Qual dos dois teríamos prazer em ajudar ou em fazer negócios, com qual dos dois queremos trabalhar?

Sinceridade
Há aqueles que você sente o carinho no abraço, no sorriso que te oferecem quando do encontro.
Há outros que elevam o nariz aos céus, que confunde humildade com umidade e, no final, não incluem este sentimento em seu dicionário, com medo de se molharem. Parece que sempre estão detectando um mau cheiro no ambiente e, mesmo que ele seja a origem do mesmo, faz um ar superior para transferir a responsabilidade a outros.
Qual dos dois queremos como amigo? Qual dos dois teríamos prazer em ajudar ou em fazer negócios, com qual dos dois queremos trabalhar?

Honestidade
Há aqueles que sempre que tem uma boa ideia, compartem com os amigos, buscam sua crítica e sugestões e, se possível, querem a cooperação e participação destes no empreendimento ou na reformulação de um setor na empresa.
Há, porém, aqueles sanguessugas de ideias. Informalmente, você dá a ele as dicas do que lhe parece bom e que gostaria de implementar. Com a agilidade de todos os ladrões e desocupados, ele imediatamente furta a sua ideia, trata de expô-la como sua e quer assegurar o prestígio de sua “criação” e os benefícios da mesma.
Qual dos dois queremos como amigo? Qual dos dois teríamos prazer em ajudar ou em fazer negócios, com qual dos dois queremos trabalhar?

Humildade
Há pessoas que, sempre querem realmente saber como está, em que podem ajudar, se sentem que podem ser úteis, realmente tratam de sê-lo.
Há, porém, os que a gabolice tomou conta do cérebro e endureceu o coração. Após a formal pergunta como esta, totalmente “costumer service”, vem a enxurrada de louvas a si mesmo, seu sucesso, seus êxitos e sempre estão aguardando um comentário enaltecedor de seus méritos. Quer sempre estar sob os holofotes, ser o “líder” das reuniões, o dirigente de tudo, sobre tudo e de todos. É o rei do newsletter da empresa, que dirige, coloca o editorial com autoelogios, com louvas pelo seu sucesso e uma enxurrada de suas fotos.
Qual dos dois queremos como amigo? Qual dos dois teríamos prazer em ajudar ou em fazer negócios, com qual dos dois queremos trabalhar?

Conclusão – O espelho
Como podemos ver, para nossa melhora, possível e necessária, precisamos antes de tudo olhar no espelho, não no espelho subserviente da bruxa do conto da Branca de Neve, compilado pelos irmãos Grimm, que juntamente com outros contos que grassavam pela Alemanha, tinha como título: “Kinder-und Hausmaërchen” (“Contos de Fada para Crianças e Adultos” – que bem demonstrava a utilidade para os marmanjos) mas, para o duro espelho honesto de nossa consciência.
Seguramente, será um exercício nada prazeroso, no início, mas altamente compensador e, por que não dizer, agradável com o tempo?

Coluna do BBG – Brazilian Businness Group

Carlo Barbieri, consultor, advogado e economista .E-mail: barbieri@oxfordua.com. Site: Oxfordusa.com