Materia publicada originalmente pelo Jornal DCT https://www.dci.com.br/colunistas/investimentos-colunistas/quer-investir-em-dolar-confira-opcoes/19278/

Investir em dólar pode ser uma estratégia para diversificar a carteira ou o patrimônio.

Em épocas de crise, a moeda tende a ser um porto seguro para investidores; e o mercado oferece algumas opções neste sentido. Mas é necessário entender os riscos também.

Você já pensou em investir em dólar, mas não tem certeza se é uma boa alternativa? Então está na hora de entender melhor as vantagens e riscos de diversificar dessa forma. 

Primeiramente,  é natural que em épocas de crise econômica e pandêmica, os investidores busquem segurança; e o dólar costuma ser uma espécie de “porto seguro”. Não é à toa que alcançou altas históricas nos últimos tempos. Quando alguém compra a moeda norte-americana pensando em investimento, está tentando garantir seu poder de compra. 

É possível investir em dólar de algumas formas e essa estratégia pode fazer parte de uma carteira de investimentos que busca diversificação. Não só isso. De forma simples, se você pretende viajar para fora e ficar um tempo por lá, também pode valer a pena investir. Fazer um pé de meia aos poucos, principalmente em épocas em que o dólar estiver menos valorizado (o que não é o caso atual) pode ajudar bastante. Nesse caso, você pode falar com seu banco, casas de câmbio e até com amigos que voltaram do exterior e estão com a moeda sobrando. 

Dá para investir em dólar visando ao longo ou curto prazo

Além disso, como acontece com qualquer investimento, é importante saber se você deseja investir em dólar para usar o dinheiro no curto ou longo prazo.

Na primeira opção, é comum que investidores realizem day trade. Através de minicontratos de dólar e derivativos com muita liquidez, a estratégia é ganhar rápido. O problema é que não é para qualquer um. Assim como qualquer operação de day trade, é preciso entender bastante do negócio e controlar as emoções. 

Quem pretende investir em dólar visando ao longo prazo, pode começar a pesquisar os fundos cambiais por exemplo. A questão é que eles também oferecem riscos que normalmente não são tão bem conhecidos pelo investidor iniciante. 

Os fundos que trabalham com moedas estrangeiras como o dólar ou títulos de empresas brasileiras cotados em dólar seguem a rentabilidade do real com relação ao dólar. Por isso, se houver perda da moeda, ela também se refletirá na própria aplicação. 

De acordo com o advogado e economista Alessandro Azzoni, a opção menos turbulenta em tempos de incertezas econômicas da política e economia, como  atual, é investir em rentabilidade, mas sem atrelar essa escolha ao câmbio. Segundo ele, não é um mercado para aventureiros, uma vez que exige acompanhamento contínuo. 

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Imagem: Reprodução/ Unsplash

Dolarizar patrimônio também é opção

Mas para quem pensar em  investir em dólar através de opções no exterior, há outras alternativas. De acordo com o Grupo Oxford, maior empresa de consultoria brasileira nos Estados Unidos, de janeiro até agora, houve aumento de mais de 60% na procura de brasileiros interessados em investir no país, dolarizar seus patrimônios buscando protegê-los e até mesmo visando garantir a aposentadoria em dólar. 

De acordo com Carlo Barbieri, que preside o Oxford Group, o mundo pós-pandemia mostrará que as grandes economias como a americana, por exemplo, se recuperarão mais rápido. “Nesse sentido, investir no dólar como uma moeda internacional estável tem sido uma opção considerável para os brasileiros. A força relativa da economia americana suporta o valor do dólar e tem registrado inflação relativamente baixa ao longo do tempo.”

Uma alternativa oferecida pela consultoria é o sistema “aposente-se em dólar”, no qual o usuário conta com aplicações que oferecem condições para uma pessoa ou família ter um valor mensal ou anual disponível em dólar no prazo desejado. “O programa tem opções de investimentos em ativos financeiros, no setor imobiliário e em negócios”, explica Barbieri.

Se você tem vontade de investir em dólar, uma recomendação básica é entender seu perfil de investidor, os riscos e possibilidades, avaliar as alternativas e o percentual da carteira que você quer aplicar. E caso tenha dúvidas, procure sempre um especialista para orientá-lo da forma correta.