Você parou, parou por quê?

Os Estados Unidos, que por qualquer parâmetro geográfico ou econômico, estava fadado a ser a grande potência deste século, de repente, parou.

Segundo o respeitável economista David Rosenberg, 1 em cada 10 proprietários não conseguiu pagar seu mortgage no primeiro semestre deste ano, e continua com os dados: 1 em cada 6 americanos está desempregado ou tem subemprego. Mais de 4, em cada 10 americanos desempregados ficaram sem trabalho nos últimos 6 meses. Um em cada quatro americanos tem o valor de seu imóvel inferior ao seu débito de mortgage e podemos seguir adiante com os dados catastróficos.

O fato de que em Deerfield Beach se está abrindo dezenas de negócios novos por mês, não tem sido manchete nos jornais.

Também não tem merecido destaque o fato de que o valor comercializado na área de alimentos e bebidas, ao contrário do que se pensa, tem aumentado, e seu valor anual supera a casa de U$1,5 trilhões, ou seja, quase o PIB do Brasil.

A produção de veículos voltou a subir, as exportações estão superando recordes, os níveis de confiança do consumidor também estão em moderada alta.

Os EUA estão mais competitivos do que nunca nas exportações, mais do que o foram nas últimas décadas, devendo dobrar nos próximos 5 anos.

Os países, como o Brasil, que se saíram bem na crise, deverão enfrentar problemas em curto prazo, pois não fizeram a lição de casa no tempo certo e deverão sofrer, adicionalmente, o impacto do excesso de liquidez americano.

O que se conclui com relação a este panorama confuso, é que precisamos analisar os fatos com mais profundidade para que nossas conclusões sejam acertadas e as consequentes decisões nos beneficiem.

O mundo e em particular os EUA, nunca mais serão os mesmos de antes da crise.

Temos que nos reinventar à luz da nova realidade.

Vamos tentar colocar 10 pontos básicos nesta análise:

• O processo de reaquecimento da economia será lento;
• Os empregos, como eram antes, não voltarão;
• A reciclagem do conhecimento é imperiosa;
• O treinamento é fundamental;
• No comércio externo é a hora e a vez das exportações;
• As fusões e parcerias estão na ordem do dia;
• O marketing nunca mais será como antigamente;
• O marketing de guerrilha passa a ser a melhor arma das pequenas empresas;
• A globalização e internacionalização valem para todos, inclusive e principalmente para as pequenas e médias empresas;
• A gestão atual não aceita mais centralização, as decisões tem que ser tomadas nas pontas.

Estes dez pontos poderiam ser seguidos de outros tantos mas nos bastam para vermos que grandes transformações tem que ser feitas na vida pessoal e profissional, com base na realidade em que vivemos.

Todos sabem que as crises representam grandes problemas, mas, também e principalmente, grandes oportunidades.

Ela higieniza o mercado e abre espaço para os mais habilidosos, preparados e determinados.

É a hora de cada um aproveitar sua experiência, conhecimento e relacionamento. Investir em atualização e buscar os nichos que estão se abrindo.

O que ocorreu foi um grande furacão, mas não um dilúvio, foi uma catástrofe e o rescaldo é assustador, mas não acabou o mundo, nem muito menos os EUA que seguem sendo a maior potência econômica e militar do mundo com um PIB quase cinco vezes maior do que o da China ou do Japão.

É hora de parar, pensar, analisar, planejar e agir, não de fugir.

By Carlo Barbieri