A grande decepção 

Após quase dois anos de governo do chamado “ Rei Obama” , assim aclamado pelas louvas recebidas antes da eleição e em sua posse, sentimos nos EUA um sentimento de frustração generalizado.

Poucas promessas foram cumpridas, e varias das que foram, o resultado tem se mostrado decepcionante.

No caso da reforma e atuação no sistema financeiro o que se tem visto e’  que os Bancos, com raras exceções, já ganharam o suficiente para devolver os vultuosos empréstimos recebidos, porém deixaram de ser um fator de fomento ao desenvolvimento.

Estão fortemente focados em grandes lucros, mas não abrem suas burras a empréstimos para pequenas empresas e pessoas físicas. Com isto, a secura de credito, alem de barrar o crescimento, vem mantendo o índice de desemprego praticamente no mesmo nível da era pré-Rei, tangenciando os 10%.

A reforma da saúde, que se proponha a acabar com os privilégios das seguradoras e aumentar o numero de beneficiados,  acabou por aumentar o lucro das seguradoras, aumentar o custo do seguro de saúde e inviabilizando o mesmo para as pequenas e medias empresas.

Na frente militar, houve apenas uma transferência de tropas entre países, sendo que, a adoção de uma postura defensiva, tem aumentado o numero de mortos entre os soldados, uma queda da moral e aumento dos problemas, sem contar o vai e vem quanto ao fechamento de Guantánamo.

A questão do emprego, seguramente e’ a maior chaga. A não solução tira a confiança do consumidor e com isto não há’ retomada do consumo que, não custa repetir, representa mais de setenta por cento do GDP americano.

Os trilhões investidos de forma desesperada em pequenas obras de infra-estrutura, na verdade não produziram os efeitos desejados, nem de longe, seja no que tange ao crescimento, seja no que diz respeito à criação de empregos.

As grandes obras de infra-estrutura, que são a essência do projeto de recuperação econômica, estão amarradas na burocracia publica de anteprojetos, licitações, etc., e não saíram do papel.

Com isto vemos uma direita conservadora ocupando os espaços políticos em todo o país, os independentes decepcionados e os democratas desmotivados e acanhados.

Embora não se tenha duvida de que o país voltou a crescer, que o próximo ano será muito melhor do que este, de que o que esta ocorrendo não e culpa do atual Presidente, a efervescência eleitoral, não deixa estes fatos virem a tona e o Rei-Obama corre o risco de perder esta fantástica maioria que tem nas duas casas legislativas o que levara o pais a mais 2 anos de disputas políticas, com acirramento da questão partidária, em detrimento dos  interesses maiores do pais e de sua população.

Definitivamente os EUA não tem vocação para paternalismo estatal e sua implementação não tem guarida na maioria da população, que não entende a diferença entre um Estado Social e socialismo e o não entendimento desta realidade cultural e’, sem duvida, o maior erro do Rei.

E’ da vocação americana o individualismo, a meritocracia, o desejo do sucesso. Aqui o maior xingamento e’ “ perdedor” e o maior elogio e’ ser uma pessoa de “ sucesso” , material, destaque-se.

As grandes questões, como o atraso no campo da educação, modernização da infra-estrutura, re-abertura do pais a estudantes, imigrantes e turistas, fica estacionada ou queimando no calor de disputas partidárias.

A vocação de potencia do país, que ainda esta imatura, sofre um atraso significativo, que poderá redundar ate’  em perda desta condição em médio prazo.

Infelizmente a postura acadêmica e a falta de malicia política do Rei, poderá por a perder o projeto de modernização cultural, a inserção dos EUA no mundo do século XXI, para tristeza dos povos amantes da liberdade.

Vemos  a  chama de esperança no líder ocidental bruxulear, por timidez e inexperiência,  no comando político da maior nação do ocidente

Carlo Barbieri é gestor do São Paulo Business Center, presidente do Brazilien Business Bureau e presidente da Oxford Group.

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