Brasília – Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quinta-feira (22), constata que a economia esetadunidense tem conseguido superar as consequências da crise econômica “que ela mesma gerou”. O estudo versa sobre a situação do mercado de trabalho nos Estados Unidos e na Europa neste momento de instabilidade econômica financeira mundial.
“A economia norte-americana, mais dinâmica e inovadora, tem melhor conseguido superar as consequências da crise que ela mesma gerou”, diferentemente do quadro europeu. Essa é uma das conclusões da pesquisa.
Segundo o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, André Gambier, o pior cenário ocorre na Europa.
“Apesar da gravidade da crise, o momento de instabilidade parece estar restrito à região europeia, que tem quadro de manutenção de crise”, observou. Nos Estados Unidos, mesmo sem retomar os níveis pré-crise, é possível notar a recuperação da economia. “O crescimento da economia americana ainda é muito frágil. Mas é possível notar o aumento que está se iniciado com alguma velocidade. No entanto, ainda há muito que caminhar”, acrescentou.
Na opinião do especialista, o pior momento do mercado de trabalho da economia estadunidense pôde ser observado no primeiro trimestre de 2009, quando sete pessoas procuravam emprego para cada vaga criada. No último trimestre de 2011, esse número caiu para 4,2. Mesmo com a melhora, os “efeitos da crise não foram totalmente revertidos”.
“Esse foi o pico da recessão. Nos EUA, os dados para o mercado de trabalho confirmam a ligeira recuperação do setor produtivo, mas com níveis baixos de salários e a manutenção de uma grande massa de desempregados”, avaliou Gambier.
Em relação ao Continente Europeu, o estudo aponta que os “já debilitados países do Sul europeu estão sofrendo e irão continuar a sofrer fortes contrações em sua base produtiva e agravamento da situação sociopolítica – empobrecimento, aumento das desigualdades e intensificação das tensões sociais, crises de legitimidade política”. No entanto, a disposição do G20, grupo das maiores economias mundiais, em ampliar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) “para destiná-los aos países mais frágeis da Europa, faz parecer que o último momento agudo da crise pode estar em processo de superação”.
Para que o momento de instabilidade econômica não tenha efeitos no Brasil, a pesquisa ressalta que o país “não pode baixar a guarda”. Assim, destaca a necessidade da disposição de estratégia nacional global de enfrentamento da crise e de aproveitamento de oportunidades eventualmente vislumbradas a fim de manter a competição interna e externa.
Fonte: Agência Brasil