Herança Maldita?
Fazendo um balanço que estes quase 8 anos de governo do atual mandatário, há que se iniciar uma avaliação dos bons e maus feitos deste período para podermos ter consciência e conhecimento para a próxima oportunidade de decidirmos sobre o futuro de nosso país.
O primeiro grande resultado positivo, esta na sabedoria do primeiro governante em aproveitar, manter e ampliar os programas sociais criados no governo anterior. Mudando o nome, colocando ênfase publicitária, aumentando os recursos, este governo conseguiu melhorar a distribuição de renda e tirar milhares de pessoas da pobreza absoluta.
O segundo mérito deste governo, foi ter dado continuidade a política econômica do governo anterior fortalecendo a nossa economia e dinamizando-a.
O terceiro mérito está na política anticíclica adotada quando da crise mundial, que deu ao Brasil a oportunidade de manter-se praticamente estável durante a recessão mundial, e podendo sair a frente no crescimento após a fase mais crítica da crise.
Por outro lado. há outros fatores que devem ser considerados como legados importantes deste período.
O primeiro é sobre a influencia do executivo, sobre os outros poderes, que foram tornandos dependentes e mesmos subjugados ao primeiro.
Na mais alta corte do país, 8 dos ministros (entre 11) foram indicados pelo primeiro mandatário, muitos deles escolhidos mais por lealdade pessoal e indicação ideológica do que seguindo os critérios de ilibada reputação e alto conhecimento jurídico.
Apesar disso, alguns tem se portado na alta corte com uma surpreendente independência que nos dá esperança de que seja mantido um mínimo de honorabilidade na corte, quando os mais antigos se aposentem.
Nas cortes inferiores federais, sem dúvida a situação é bem pior.
No poder legislativo a cooptação foi mais aberta e feita de forma mais simplória, em face da própria falta de caráter dos eleitos, que no primeiro mandato venderam-se por mesadas e no segundo já venderam-se antes das eleições com as verbas de campanha que lhes foram regiamente dadas.
A oposição além de ter ficado pobre em quadros e idéias, ficou sem recursos para exercer o seu papel.
Este quase poder absoluto do executivo fez com que, mesmo com o mérito de ter sido aumentado de forma estratosférica a arrecadação de impostos, a divida interna seguisse crescendo porque o aumento dos gastos de custeio foi extraordinário, uma boa parte da divida externa foi transferida para a interna fora os esqueletos que estão sendo colocados no guarda roupa, que se encontravam vazios pois o presidente anterior os havia exterminados. Para isto basta atentar aos trinta e dois bilhões de reais que somente a previdência do setor pública terá de déficit no próximo ano.
No foro externo o grande mérito foi de o Brasil ter se tornado parte ativa dos foros internacionais. O Brasil hoje é considerado um importante “player” do mesmo. A parte triste desta ação no exterior foi o estrabismo ideológico, quando foi dado apoio irrestrito a todas ações contra a imprensa e liberdade de regimes como do Ira e Cuba, Venezuela, etc., a falta de uma posição honesta quanto aos direitos humanos neste governos ditatoriais de esquerda e grandes doações feitas com o dinheiro do brasileiro para Gabão, Sudão, Bolívia etc., enquanto não temos recursos para aumentar o pobre aposentado (o privado, não público é claro).
Mas, a pior herança deste governo é deixar o estado todo aparelhado por seu partido e ideologia, e a corrupção e certeza de impunidade implantada em todas as esferas de poder.
A Policia Política (ex- federal) foi colocada a serviço de grupos que a utilizam para enfraquecer seus inimigos internos e destruir ao externos. Nenhum crime praticado pelos “aloprados” amigos do palácio foi esclarecido, mas são “vazados”para imprensa suspeitas tiradas de parte de inquéritos para subjugar aquele que ameaçam sair da quadrilha ou se negam a compartilhar o botim.
Carlo Barbieri é gestor do São Paulo Business Center, presidente do Brazilien Business Bureau e presidente da Oxford Group.
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