Negócios nos EUA e coaching

 

Artigo publicado – Comex do Brasil em 06/06/2016
Por Carlo Barbieri

 

Carlo barieriQuando vamos desenvolver negócios em outros países, sempre é recomendável que façamos um estudo do mercado e depois desenvolvamos um realista plano de negócios e o plano estratégico de entrada.

 

Não que estas três fases precisem ser necessariamente caras ou inviabilizadoras do projeto, mas nelas teremos as indicações necessária da nossa real capacidade de entrar no mercado, o nível da concorrência que enfrentaremos, os investimentos necessários e os principais passos para o sucesso do projeto.

 

Um quarto ponto pouco destacado é a necessidade de termos um aconselhamento diuturno no início da jornada. Como sempre dizemos, os EUA não são um país necessariamente melhor ou pior em termos de oportunidades de negócios, mas seguramente são um país diferente.

 

As leis são diferentes, a forma de fazer negócios é diferente, as implementações das regras são diferentes, os prazos são diferentes, a formação de custos é diferente, a estruturação de parceria é diferente, as fases são diferentes, as regras de relacionamento com os colaboradores são diferentes, a cultura é diferente.

 

Poderíamos listar mais de uma centena de diferenças importantes a serem consideradas, e que não se podem discrimina-las em um manual e menos ainda as engessar, pois sempre temos o momento adequando de sua implementação e forma de fazê-lo.

 

Tivemos uma experiência recente com uma empresa de artigos esportivos, com larga e bem-sucedida experiência no Brasil, com cerca de uma dezena de lojas, que decidiu instalar-se nos EUA.

 

Fez a lição de casa, com uma profunda pesquisa de mercado, um bem estruturado plano de negócios, buscou o visto certo para seu dirigente e deu-se conta, porem, que em termos de EUA era “naive” ou pouco experiente nos pontos que assinalamos acima e contratou o serviço de “coaching” por um período de seis meses, prorrogado por algum tempo.

 

Com isto ganhou tempo e evitou erros na implementação do negócio.Todos os planos de negócio, ficam imperfeitos ou incompletos na hora de sua execução, por mais bem elaborados que sejam.

 

O grande erro é entender que aqui podemos implementar as experiências de outros países, sem adaptações. No mais das vezes precisamos começar tudo de novo, reinventar-nos dentro desta nova realidade.

 

Aqui não temos leis trabalhistas, não temos 13º salário, férias, etc., mas, temos leis severas contra qualquer tipo de discriminação, horas extras, e não temos impostos na pessoa jurídica, fora o de renda, mas o que recolhemos do consumidor é uma exigência que pode dar cadeia.

 

Aliás, fraude intencional ou não, da cadeia! Uma obra em restaurante tem mais de 30 “permits” ou autorizações durante sua realização, numa sequência lógica e sem “acertos” mas cada uma tem que ser cumprida, dentro de uma ordem pré-estabelecida.

 

No jardim de uma comunidade, o mesmo tem que ter as modificações, até da grama, aprovada pela associação do condomínio.

 

Enfim, um serviço de “coaching”, com pessoas de experiência representa o investimento mais lucrativo no desenvolvimento de um negócio.

 

Coaching” tem que funcionar como transfusão de sangue. Fortalecendo o  corpo e por um tempo determinado. Não pode ser uma muleta eterna, mas também não adianta colocar sangue fraco ou contaminado.

(*) Carlo Barbieri Formado em Economia e em Direito,  Carlo Barbieri é CEO do Grupo Oxford (composto por empresas internacionais de consultoria e trading) e membro fundador do Conselho do Brazilian Business Group, membro fundador e presidente do Brazil Club. Membro fundador do conselho da Deerfield Chamber of Commerce e membro do comitê da Florida Chamber of Commerce: Florida Brazil Partnership. Embaixador da Barry University no Brasil