Artigo publicado na revista “Banco Hoje”

02 de Novembro de 2015
Muitos pensam na Flórida, por ser um centro de compras e ter os fantásticos parques temáticos. É isto, mas não é só isto. A Flórida como um todo, tem uma diversidade étnica e cultural fantástica, mas de 100, com mais de 50 consulados de países aqui, o que bem demonstra a quantidade e importância destes povos diferentes que vem para este Estado. A Flórida terminou 2014 com cerca de 324.000 empregos em alta tecnologia e ciência, o que a fez o quarto Estado Americano em empregos de alto nível cientifico.

Em termos industriais, são cerca de 30.000 empresas de alta tecnologia, com cerca de 300.000 empregos técnicos e de alta tecnologia, no Estado, passando de longe estados como Massachusetts, Illinois, Maryland, entre outros. Isto tem trazido um aumento nos investimentos, que em termos de “venture Capital”, atingiu $836 milhões no ano passado, ou seja, o dobro do que em 2013.

Empresas como Voxx International, Mitsubishi, Total Quality Logistic também estão se instalando na Flórida (Orlando). Na Feira Hospitalar, no Brasil, as empresas da Florida bateram recorde de vendas com $31 milhões de negócios fechados. E, não foi uma exceção. Sua localização estratégica, infraestrutura, multiplicidade de idiomas falados e mão de obra qualificada, fizeram com que a Flórida exportasse mais de $60 bilhões de dólares no ano passado, o que significou 60.000 empresas envolvidas nestas exportações (o segundo Estado dos EUA), das quais 90% são pequenas e medias.

São mais de meio milhão de empresas privadas no Estado. Elas, no comercio internacional, geram um total de $153 bilhões em negócios. O PIB da Flórida de $830 bilhões fazem com ela seja a 18º maior economia do mundo, de per si. Está comprovado que as empresas exportadoras criam duas vezes mais empregos do que as que apenas destinam seus produtos ao mercado interno, pagando os salario mais altos em média em cada setor.

Isto mostra a inconsistência da política adotada e 12 anos atrás pelo então novo governo do Brasil, que queria tirar a capacidade de exportação da indústria instalada no Brasil, afirmando que ao não exportar os brasileiros teriam mais e melhores produtos. O resultado está aí. A indústria foi perdendo lugar na economia do país, os empregados não aumentaram seus salários (a não ser pelo artificial aumento da demanda com o endividamento dos cidadãos) e agora levará anos para voltar a ser competitiva.

Porquê Flórida chegou a esta posição?

  • Não tem imposta de renda na pessoa física;
  • É o segundo melhor estado para negócios de todos os EUA;
  • Está em 4º lugar entre os Estados que tem menos forca sindical;
  • É o terceiro melhor em impostos para empresas;
  • Está em 5º em termos de clima de negócios;
  • Aceita na lei que sejam usados serviços de “agilizadores” de processos;

As indústrias que são prioritárias podem ter incentivos incluindo: diminuição ou não recolhimento de imposto sobre a venda, credito de impostos and reembolso de investimento de capital, apoio na área de desenvolvimento técnico e profissional e na criação de empregos.

Não existe 13º , férias remuneradas, aviso prévio, ajuda paternidade, FGTS e muitos outros custos a produção.

Estes dados mostram que a Flórida não é só Turismo. Mas, turismo na Flórida é coisa séria. A Flórida já é o principal destino turista dos EUA.

O Orlando, sua grande força, que atraiu 62 milhões de pessoas em 2014, já em 2015 atingiu esta marca há três meses no final do ano, ou seja, só Orlando atrai 62% dos 100 milhões de turistas que visitam os EUA a cada ano.

Destaque-se que apenas 10 milhões vem do exterior (650.000 do Brasil em 2014).

São bilhões de dólares investidos na preparação e treinamento de funcionários para esta área de turismo, para atendê-los bem e estimularem seu retorno.

O grande destaque do sucesso do Estado da Flórida está na receptividade do Governador do Estado Rich Scott a empresários e empreendedores, que sempre que encontra-se eles, apenas faz duas perguntas: o que posso fazer para vocês ganharem mais dinheiro e para gerarem mais empregos (dá, sinceramente, uma triste inveja)