Publicado na revista Mercado Comum

Edição 236

por Carlo Barbieri

 

Poucos presidentes chegaram ao poder com tanto prestígio como o presidente Obama. Uma expressiva maioria americana o endeusava. Não foi uma posse, foi a coroação de um rei. Passou quatro anos de seu primeiro mandato em campanha para a reeleição. Impôs sua vontade ao fazer aprovar um seguro social universal, que muitos desejavam e poucos entenderam seu custo. Escondeu muitas verdades e descumpriu muitas das promessas, mas com o apoio massivo da mídia alcançou seu desejo e foi reeleito.

 

Tenhamos em conta que 50% dos americanos são analfabetos. Metade da população não entende o que lê. Baseia sua opinião no que ouve nas rádios ou vê na televisão. A tiragem grande dos jornais são as de fim de semana, por causa dos cupons de desconto. O caderno mais visto (não necessariamente lido) é o de esportes. Daí o histórico surgimento do prato especial do dia: o cliente lia o cardápio, mas não o compreendia e, para disfarçar, pergunta o que havia de especial naquele dia. Surgiu a prática, mantida com razão até o presente.

 

Mas, esta realidade não impediu que se transformasse na maior economia do mundo, o maior poder militar jamais visto, o povo que mais ajuda as causas humanitárias. Temos aqui um povo bom, dedicado a Deus, que ajuda os semelhantes, trabalha para obter o seu conforto e pouco se importa com a vida do próximo. Não tem tempo para isto, pois tempo significa dinheiro e ele quer mesmo é ter sucesso em sua vida.

 

Os partidos políticos eram de centro. Centro conservador, ou centro liberal. Qualquer candidato que saísse para alas mais radicais estava fora do jogo. Mas, esta realidade mudou no inicio desta década e o americano médio e até mesmo uma parte da elite, não entendeu o que acontecia no mundo. Ele não havia aprendido com a guerra do Vietnam que a guerra psicológica é uma forma de batalha diferente e muito mais difícil de ser vencida. Nela não há vermelhos e azuis, mocinhos e bandidos, do bem e do mal caracterizados de forma clara. ”Pledge of Allegiance” bem espelha o que é o americano.

 

Escrito pelo pastor Batista – socialista Francis Bellamy em 1892, seu texto original dizia: “I pledge allegiance to my Flag and (to*) the Republic for which it stands, one nation, indivisible, with liberty and justice for all”. Teve Deus incorporado no texto por um advogado de Illinois Louis A. Bowman em 1923. Mas este acréscimo só foi discutido sob a presidência de Truman e transformado em lei no exercício do mandato do presidente Eisenhower.

 

Hoje, nas cerimônias publicas e em todas as escolas, os atos se iniciam com:

 

“I pledge Allegiance to the flag of the United States of America and to the Republic for which it stands, one nation under God, indivisible, with Liberty and Justice for all.”

 

Numa tradução livre significa:

 

“Eu prometo lealdade a bandeira dos Estados Unidos da América e à República que representa, uma Nação sob Deus, indivisível, com liberdade e justiça para todos”. Esta nação marcada pela inocência, sob uma cultura judaico-cristã, não se deu conta dos novos valores que estavam impregnando sua juventude e tomando conta gradual de seus meios de comunicação.

 

A Nação está sendo dividida em discussões sobre valores e não valores, mas segue trabalhando, a despeito desta controvérsia. Porém, hoje, o rei Obama está a nu diante uma série de fatos que teriam derrubado qualquer presidente anterior, vejamos os três mais recentes:

 

  • A Receita Federal Americana (IRS) perseguiu os doadores e os movimentos considerados conservadores de forma arbitrária e ilegal, por mera discriminação ideológica;

 

  • O assassinato do embaixador americano na Líbia teve todos os erros e falta de ação por parte da administração federal escondidos, e sua verdade, omitida.

 

  • Mandou “grampear” a redação toda da Associated Press, quebrando de forma unilateral o sigilo da imprensa do país.

 

Por muito menos do que isto, Nixon foi levado à guilhotina. Hoje a Nação se da conta de que tem um presidente que não é rei. É mentiroso, impostor, mas segue popular pelo seguro desemprego, telefones celulares de graça, aluguel gratuito e outra benesses. Tomara que estes fatos tirem a população americana de sua letargia e alheamento.

 

Para os que vivem aqui a situação está melhorando, as construções voltaram a aparecer e com elas o emprego, a estabilidade política e a justiça dão garantia aos investimentos externos e internos, os cortes federais não tem sido ou representado a catástrofe anunciada. Tudo segue como antes, mas a nação esta sendo corroída.

 

Deus salve a América como se diz por aqui.