Matéria originalmente publicada em inglês pelo Boca Raton Tribune https://www.bocaratontribune.com/bocaratonnews/2021/01/biden-the-good-and-the-bad/

Definida a nova administração nos EUA e a entrada de um processo acelerado de vacinação, podemos já fazer algumas análises com relação às perspectivas econômicas deste ano, despida de economês e numa simplicidade que ajuda a entendermos, em tópicos.

Economia americana em grandes números:

Este será um ponto importante na análise da capacidade de execução da plataforma eleitoral do próximo presidente. No momento temos um débito federal de mais de $27 trilhões, dos quais mais de $7 trilhões estão nas mãos de países estrangeiros (China sendo o principal). Adicionalmente, temos alguns números a considerar:

  • “liability”do Social Security $ 20 trilhões;
  • Medicare liability: 32,457 trilhões
  • Déficit comercial $867 bilhões;
  • Déficit comercial com a China $297 bilhões;
  • PIB $21,275 trilhões;
  • Desempregados 10,645 milhões;
  • Empréstimos (dívida) dos Estudantes: $1,722 trilhões;

Alguns Desafios a Serem Enfrentados

  • Como vemos, o déficit atingiu um valor nunca antes alcançado pelo país. Em 1960 representava 53% do PIB, em 1980 – 34%, em 2000 – 39% e, agora, estamos com 146%.
  • Este será o primeiro grande desafio do Presidente Biden. Honrar as promessas de campanha sem gerar inflação e sem aumentar a dívida interna de maneira exagerada.
  • Ainda nestes números, zerar as dívidas dos estudantes que estão na casa de $1,722 trilhão, com este passivo já nas contas públicas;
  • No que diz respeito a criar uma medicina abrangente que atenda, pelo Estado, toda a população e levando em conta que a soma com o Seguro Social e o Medicare, tem um “passivo” de $53 trilhões;
  • Quanto ao desemprego que tem um contingente de mais de 10 milhões de desempregados, se for somada aos 11 milhões de indocumentados (que os números não oficiais falam em 26 milhões) terá uma equação a organizar para não sobrecarregar o déficit com mais ajuda aos desempregados e não baixar a média salarial dos que tem situação regular de documentação, sejam americanos ou apenas residentes;
  • Déficit comercial de $ 867 bilhões, dos quais cerca de 40% vêm da balança com a China, que vai cobrar uma conta alta para regularizar a relação com os EUA e Biden pretende voltar a implementar os acordos multilaterais que, em geral, geram ainda mais déficits e são de reação mais demorada.

Desafios localizados:

Nova Iorque e California que já têm os mais pesados impostos do país e mesmo assim tem déficits crônicos em suas contas, terão que conter o êxodo de seus residentes, que baixaria mais sua arrecadação e criar outras forma de atração de novos residentes

As boas notícias;

Teremos uma explosão de crescimento devido a extrema liquidês do mercado e das pessoas físicas em função das ajudas de mais de $7 trilhões, injetados no mercado por causa da pandemia;

A vacinação deve forçar a reabertura das empresas e negócios, terminando com qualquer razão de manter as economias fechadas;

O mundo como um todo deverá se reabrir e com isso teremos, pelo menos, um segundo semestre excelente;

As desregulamentações havidas dão uma liberdade muito grande para novas iniciativas do setor privado que seguirá sendo a locomotiva do país;

A regularização dos imigrantes fará com que os recursos que, eram obtidos e na sua maioria, enviados aos seus países de origem fiquem nos EUA e sejam investidos em residências próprias, veículos e outros bens de consumo;

A médio prazo a previdência receberá uma lufada de novos recursos dos imigrantes regularizados;

Com o controle das duas casas legislativas, o novo presidente poderá fazer toda e qualquer modificação que queira nas regras do jogo, inclusive na composição quantitativa da Suprema Corte, o que dará maior velocidade na implantação de seus planos.

Seguramente teremos um ano auspicioso em termos econômicos e uma bolsa de valores com extrema valorização

Carlo Barbieri