Em 2018 o cenário comercial das duas maiores potências econômicas mundiais – Estados Unidos e China – passa por um momento relevante de mudanças. Muito além da especulação de redução do PIB chinês e americano frente à disputa comercial estão os parâmetros que devem levar o Brasil ao centro dessa disputa. É o que avalia o economista Carlo Barbieri, que dirige nos Estados Unidos, há mais de 25 anos, a consultoria de investimentos americana, Oxford Group.

“Temos visto uma grande oportunidade comercial para o Brasil se afirmar nestes mercados, principalmente aqui nos Estados Unidos. É possível que neste momento o país ganhe competitividade com seus produtos e reafirme sua robustez comercial aqui nos EUA. Temos as condições ideais para ocupar o centro dessa disputa e ganhar com ela”, afirma o consultor e economista Carlo Barbieri.

O economista ainda pondera que a proximidade geográfica do Brasil com os Estados Unidos, a qualidade dos produtos e a força de trabalho brasileiros são pontos favoráveis que devem conferir ao país a posição central na avaliação comercial americana. “Os Estados Unidos estão fortalecendo laços comerciais neste momento. O Brasil pode e deve aproveitar essa chance para consolidar ainda mais a relação com os EUA”, avalia o economista, ponderando que não há melhor momento para investimentos brasileiros nos EUA.

Internacionalização brasileira para os EUA

Segundo análise da consultoria Oxford Group, do ponto de vista econômico, os EUA se têm tornado o desejo e destino de empresas da maior parte do mundo, por sua segurança jurídica, força de sua moeda e estabilidade de suas instituições: ou seja, a base ideal para internacionalização de empresas.

“O atual governo, do ponto de vista econômico, tem implementado uma profunda desregulamentação, para agilizar sua economia e tirar custos desnecessários e retardadores do progresso. Com a confiança do mercado, valorizou a poupança do americano e nos que investem nos EUA. Mais de $7 trilhões foram acrescidos ao valor das inversões nas bolsas de valores. Sua taxa de crescimento tem sido o dobro da obtida, em média, nos últimos 8 anos”, afirma o economista Carlo Barbieri.

Cenário ideal para investir

De acordo com o especialista, a reforma tributária está atraindo milhares de matrizes de suas empresas de volta para aos EUA, e muitos outros empreendedores estão visualizando a possibilidade de instalar suas bases de operações mundiais a partir dos EUA. Ele destaca as razões: impostos baixos para as empresas (caíram de 35% para 21%) e insegurança pessoal no Brasil, jurídica e institucional, além da precária capacidade de recuperarão econômica do país que está fazendo com que, mesmo mantendo sua atuação no país, as empresas estejam se organizando para se internacionalizar e os EUA passam a ser o seu destino principal.

“Há uma mudança do conceito aqui nos Estados Unidos no qual a taxação americana passa a ser territorial e não mundial para as empresas que operam em outros países, fazendo com que, na prática, em especial nos países com tratados tributários, os lucros obtidos em outros países não sejam taxados ao serem trazidos para os EUA. A transferência das sedes de empresas está sendo galopante”, afirma Barbieri.