Quando nos aproximamos do final do ano, em geral, fazemos uma necessária pausa para analisarmos o ano findo e as perspectivas para o que está por vir.

Esta oportunidade de reflexão, mesmo sabendo-se que os dias seguirão, um atrás do outro, nos dá a oportunidade de pensarmos onde estamos e onde queremos chegar.

Se analisarmos o aspecto macroeconômico, veremos que se não teremos um ano ensolarado, também não devem prevalecer a escuridão e nuvens pesadas.

Porém, será um ano de grande esforço, pois os ajustes serão necessários, como nunca, e as oportunidades fantásticas.

A perca de velocidade no crescimento chinês, a Europa se reorganizando, tendo que encontrar um caminho entre a liberação da produção dos custos exagerados das décadas de assistencialismo e socialismo distributivo, e a necessidade de fazer uma nova estrutura jurídica de controle dos fluxos de capital e gastos fiscais, trarão uma estagnação temporária em sua economia.

Os EUA devem ver um embate entre os que querem o fracasso do presidente atual e seu modelo econômico, e a incompetência do presidente em transmitir confiança, mostrar que achou o caminho do progresso e do emprego (inclusive o seu, que está em jogo).

Todos estes fatores representarão desafios enormes para os políticos e, ao mesmo tempo, para os que trabalham e dirigem seus negócios. Uma reflexão, não no primeiro sentido “Aureliano” da palavra (“voltar para trás”) mas no de, consciente e maduramente, examinarmos o nosso negócio e a nós mesmos.

Algumas considerações macro:

• O acordo da Basileia III exigirá uma maior capitalização dos Bancos, o que deverá trazer mudanças nos percentuais, forma e limites de empréstimos;

• A reordenação da União Europeia, será um processo doloroso e complexo, cheio de problemas políticos e que demandarão grandes esforços e tempo, não deixando margem para otimismo no crescimento destes países;

• A China, mesmo que vá às compras, aproveitando que as empresas europeias estarão sob longo período de xepa, não vai dispor de suas reservas para “salvar” a Europa, até porque quanto maior for a crise, menores serão os preços na “ feira de venda” das unidades industriais europeias;

• As empresas americanas, já não poderão mais esperar a solução política e terão que começar a abrir suas burras e criarão uma irrigação de recursos na economia.

No campo micro, vale destacar as palavras de Pedro Melo, presidente da KPMG, em seu recente artigo publicado no início de dezembro, no qual lança luz sobre alguns pontos que devem merecer nossa atenção, a respeito do que as empresas devem e precisam fazer:

• Reduzir custos;

• Ampliar a produtividade;

• Otimizar a gestão.

Afirma e adverte o presidente da KPMG: “O essencial é que os gestores estejam muito atentos aos movimentos do mercado, preparando-se para agir sempre com muita rapidez e evitar problemas diante de eventuais complicações. Planejamento, organização, conhecimento das alternativas de procedimentos adotáveis, coordenação determinada de esforços e comunicação eficiente são fatores essenciais quando surge uma crise no horizonte”.

Faltaria abordar nestas ponderações para o próximo ano a questão da capitalização e concentração de esforços.

Um grande risco nestes momentos é tentarmos diminuir os custos, cortando atividades e principalmente pessoas que são a alma e a cultura do negócio. Este tipo de equívoco pode custar o futuro da empresa e do negócio. Particularmente nas pequenas e médias empresas, o dono da mesma tem que levar a sério, principalmente nestas fases críticas, que a empresa é que tem que estar capitalizada. O que nossos avós ensinaram: “empresa rica mesmo com donos pobres, preservam o negócio e salvam a galinha dos ovos de ouro”. Caso contrário, comemos a galinha e não teremos mais ovos.

Outro ponto importante é o famoso foco. Dispersão, em atividades e esforços tanto de tempo, como financeiros, podem ser suicidas. Há que se concentrar no negócio que temos, a diversificação, sempre útil para a segurança, tem um componente de risco nestas fases críticas.

Fazendo uma análise realista do próximo ano, vejo luz no fundo do túnel, que podem ser apenas uns pirilampos, mas, seguramente, não se trata do trem.

Há sinais inequívocos de melhoria, modesta, mas melhoria, na economia americana. Nesta semana tivemos o relatório que confirma a baixa no índice de desemprego, de 9% para 8,6%.

As compras da “Black Friday” foram auspiciosamente com um aumento de mais de U$7 bilhões sobre os gastos do ano passado, na mesma data.

O índice de confiança do consumidor também aumentou, atingindo 56 pontos, o que representa uma excelente marca se compararmos com o mês de outubro que anotaram 44 pontos.

Grandes problemas, grandes oportunidades.

A Flórida está entre os 10 Estados Americanos melhores para se fazer negócios.

Feliz 2012!

Carlo Baribieri
www.carlobarbieri.com

Fonte: Gazeta News