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Indústria brasileira está perdendo grande oportunidade – publicada originalmente no Diário do Comércio

Por: Carlo Barbieri*

A “guerra comercial” entre os EUA e a China, abriu um mar de oportunidades para diversos países do mundo, inclusive o Brasil. Para o agronegócio a suspenção de importação ou tarifas para os produtos agrícolas americanos, escancarou as oportunidades para as commodities brasileiras. Um cenário de sobretaxação de bilhões de dólares sobre a China para colocação de seus produtos no mercado americano – Uma oportunidade única para a indústria brasileira que parece estar em um sono profundo diante deste contexto.

O governo de Donald Trump está praticamente implorando aos importadores americanos que busquem alternativas aos produtos chineses, fora da China e, seguramente, o Brasil seria o parceiro comercial preferido, inclusive pela proximidade geográfica e pela nova relação comercial que se estabelece entre os dois países.

No começo de setembro, como anunciado, o governo americano começou a impor uma tarifa 15% em cerca de US$112 bilhões de dólares que o país importa da China. Em três meses (15 de dezembro) o governo americano colocará uma nova tarifa de 15% sobre cerca de $160 bilhões que são importados da China. Essas medidas farão que praticamente, não hajam produtos chineses sem uma taxa adicional de importação. Hoje, os armazéns das zonas livres da Florida estão superlotados com produtos chineses que não conseguem confirmação de pedidos de venda e não podem ser devolvidos à China. Os importadores não querem entrar nesta briga e buscam alternativas para os $800 bilhões que os EUA importam da China.

A Europa está fazendo sua lição de casa, desvalorizando o Euro como nunca antes, chegando a $1,10, com isto dando mais competitividade aos produtos da região. Lembremos que 50% do déficit comercial americano é oriundo do superávit que a China tem com o País, cerca de $400 bilhões.

O regime de Pequim está fazendo o que pode. Desvalorizou sua moeda a valores não visto há décadas, para tentar manter os empregos e as divisas, mas, seu crescimento já está caindo a menos de 6% ao ano, que é uma catástrofe para quem tem 1.6 bilhões de bocas para alimentar. Um raio de esperança surge com uma nova direção da Apex em Miami e a dinâmica do SECON do Consulado-Geral do Brasil em Miami-FL. Há que se ter um rápido e profundo estudo de inteligência de mercado para sabermos que setores podem ser beneficiados com esta situação ímpar e imediata ação dos setores industriais brasileiros. Ações integradas que garantam à indústria brasileira a dianteira de vantagens nesta guerra.

O uso da regra 321 que permite importações, sem impostos de qualquer produto abaixo de US$800,00 seria um refresco para os importadores e para os fabricantes brasileiros que poderiam usar do sistema para fazerem com que seus produtos pudessem estar nas mãos dos compradores e 48 horas, praticamente num sistema “just in time”. Se realmente os governos anteriores conseguiram sucatear a indústria brasileira, esta é a melhor oportunidade para reagir, pois mercado há e de sobra.

*Carlo Barbieri é analista político e economista. Com mais de 30 anos de experiência nos Estados Unidos, é Presidente do Grupo Oxford, a maior empresa de consultoria brasileira nos EUA. Consultor, jornalista, analista político, palestrante e educador. Formado em Economia e Direito com mais de 60 cursos de especialização no Brasil e no exterior.

Brazilian industry is missing great opportunity

The “trade war” between the US and China has opened a sea of ​​opportunities for many countries in the world, including Brazil. For agribusiness, the suspension of imports or tariffs on US agricultural products has opened up opportunities for Brazilian commodities. A scenario of over-taxation of billions of dollars on China to place its products on the American market – A unique opportunity for Brazilian industry that seems to be in a deep sleep in this context.

Donald Trump’s government is practically begging US importers to look for alternatives to Chinese products outside of China, and surely Brazil would be the preferred trading partner, including its geographical proximity and new trade relationship between the two countries.

In early September, as announced, the US government began to impose a 15-percent tariff on about $ 112 billion that the country imports from China. In three months (December 15) the US government will put a new 15% tariff on about $ 160 billion that is imported from China. These measures will make virtually no Chinese products without an additional import tax.

Today, Florida’s free zone warehouses are overcrowded with Chinese products that cannot confirm sales orders and cannot be returned to China. Importers do not want to get into this fight and seek alternatives to the $ 800 billion that the US imports from China.

Europe is doing its homework, devaluing the Euro like never before, reaching $ 1.10, thereby giving the region’s products more competitiveness. Recall that 50% of the US trade deficit comes from China’s surplus of about $ 400 billion.

The Beijing regime is doing what it can; It has devalued its currency to levels not seen in decades to try to keep jobs and foreign exchange, but its growth is already falling below 6% a year which is a catastrophe for those with 1.6 billion mouths to feed.

A ray of hope comes with a new direction from Apex in Miami and the SECON dynamics of the Consulate General of Brazil in Miami-FL. A quick and thorough study of market intelligence has to be done to know which sectors can benefit from this unique situation and the immediate action of the Brazilian industrial sectors. Integrated actions that will guarantee Brazilian industry the lead in this war.

Using rule 321 that allows tax-free imports of any product under $ 800 would be a refreshment for importers and Brazilian manufacturers who could use the system to make their products available to buyers within 48 hours. , practically in a «just in time» system. If the previous governments really managed to scrap Brazilian industry, this is the best opportunity to react, because there is plenty of market.

 

Carlo Barbieri is a political analyst and economist. With over 30 years of experience in the United States, he is President of the Oxford Group, the largest Brazilian consulting firm in the US. Consultant, journalist, political analyst, speaker and educator. Graduated in Economics and Law with over 60 specialization courses in Brazil and abroad.