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A gestão nos EUA e a política
Publicado em 08 de Abril de 2016 na revista Comex do Brasil
Todos sabemos que gerir uma empresa é como dizia o velho ditado, um olho no gato e outro no peixe. Ou seja, um olho no seu negócio e outro na economia, para saber para onde o vento sopra.
Na crise de 2008, as empresas que conseguiram se adaptar rapidamente viram na adversidade uma grande oportunidade. As que já estavam no mercado certo, lucraram e cresceram, como foram as cadeias de comida barata e rápida.
No EUA, a interferência pública é muito pequena, ao contrário do Brasil. Ai, por exemplo, para ganhar uma eleição o Governo Federal segurou o preço da gasolina, quebrando (além da roubalheira, claro) a Petrobras e todo o setor sucro–alcooleiro. Fez o mesmo com a energia elétrica, para citar apenas dois exemplos.
Aqui, porém, o mercado é ágil e competitivo. Se equivocam os que acham que se trabalha menos e se ganha mais. Ledo engano. Trabalha–se mais e ganha–se menos, mas, pode-se planejar e se perdemos, é porque erramos.
Tentar entrar no país do cotovelo, sem uma validação dos preços, pesquisa de mercado e um bom plano de mercado, é suicídio.
Não tem forma de não errar.
O mercado não perdoa a improvisação, as decisões intempestivas, a importação de cultura sem um estudo e uma adequação bem estruturada.
Há incentivos que não podem deixar de ser aproveitados; a localização é fundamental, analise da cultura e da mão de obra, essencial.
É sempre melhor investir para saber se vai dar certo e o que precisa ser feito para o sucesso, do que improvisar e achar que como é bem-sucedido no país de origem, também vai sê-lo aqui.
E aí está a maravilha do capitalismo americano. Fazendo bem feito, dá certo!
Vejam quantas empresas de café para cá vieram e quantas deram certo. Uma minoria “ganhou” de cara. Muitas contrataram larápios, pessoas desonestas e perderam fortunas, outras contrataram familiares pouco afeito ao mercado e outras, começaram devagar, com solidez, procurando saber, conhecer, adaptar, trazendo pessoas competentes para darem consultoria e foram aos poucos entrando no mercado e ganhando uma posição sólida.
O que não falar então da cachaça. Grande produto, de grande oportunidade. Tem seu caminho, mas, não dá para improvisar com um produto, na pratica desconhecido, e com um preço superior ao de um bom uísque de nome centenário.
Hoje temos uma verdadeira corrida para entrada no mercado, desde o que sabem o que querem, até os que não tem nem ideia. Talvez estes últimos terão mais chances, pois estão perguntando. Os primeiros estarão arriscando.
Alimentos, seja na comercialização, seja na abertura de restaurantes ou quiosques são outro desafio.
Todos querem fazer ou trazer, pão de queijo, coxinhas, suco de açaí, quiosques de mate, etc., mas, poucos querem saber de como fazer.
Quando criamos o “Restaurant-pros”, com 15 experts de todas as áreas necessárias para poder assistir o investidor desde a escolha do ponto, passando pelas fazes internas, compra e instalação de equipamentos, até o marketing, as pessoas nos perguntaram para que tanta gente com mais de 20 anos de experiência? A resposta talvez está mais nos fracassos dos que não tinham equipe e improvisaram, ou mesmo afrontaram o mercado e a lógica, do que nos projetos em si.