Primeiramente, é importante definir o dólar com relação a que país e que moeda.
Internacionalmente, a moeda americana tem várias razões para perder valor. Destaquemos algumas:
· O endividamento público americano já chegou a 143% de seu PIB
· Este percentual deve piorar, pois há algumas promessas de campanha, com investimento em infraestrutura (cerca de $2 trilhões ) perdão da dívida de bolsa de estudos dos estudantes ($1,7 trilhões), nova rodada de apoio referente ao vírus que veio da China ($1,9 trilhões).
· Entrada da moeda virtual da China e as já hoje no mercado, que, gradativamente, vão minando a capacidade do tesouro americano financiar o déficit, com emissão de títulos e moedas que são absorvidos internacionalmente;
· Necessidade de ampliar as exportações americanas, cujo déficit comercial aumentou, exponencialmente, durante a pandemia e, para isto, a desvalorização dá mais competitividade ao produto americano;
· Melhoria da economia internacional, em particular da EU e da China;
· Ações ecológicas, como a paralisação o duto de petróleo desde o Canadá até o golfo, que geram desemprego e diminuição da exportação de petróleo;
· Acordo entre a China, Irã e Rússia que mina o poder americano.
· Se, o enfraquecimento do dólar, vem de encontro, economicamente, ao interesse do atual governo americano, politicamente vem de encontro ao interesse chines de chegar mais rapidamente a ser o super poder mundial.
· Mas, nada tem a ver, com a cotação do dólar em relação ao real.
· O dólar, no Brasil, obedece menos à economia e mais a questões políticas e de insegurança quanto ao quadro interno da economia do país.
Em termos econômicos, com uma enorme reserva em dólar que tangencia R $400 bilhões), e com o superávit comercial de 2020 que superou $50 bilhões, o dólar deveria, ou poderia ter baixado até de forma expressiva.
Mas:
· Com um congresso marcadamente sem espírito público (vamos ver com a nova direção), que engavetava ou boicotar as soluções necessárias propostas pelo executivo;
· Uma suprema corte que se entendeu super poder e assumiu as decisões de governo, fazendo com que o país tivesse 12 presidente, ou seja 11 além do eleito;
· Trazendo como consequência uma insegurança legal e institucional para o capital externo;
· Uma insegurança quanto aos investimentos internos;
· Uma inviabilidade de crescimento a curto e médio prazo do país;
· A destruição dos meios de combate a corrupção;
Tudo isto faz com que se busque uma segurança no dólar aumentando seu valor, por razões políticas e não por questões econômicas.
Por outro lado, como se retém capital, oferecendo aplicações de percentual menor do que a inflação, se em dólar, nos EUA, obtém-se remuneração de 3 vezes, maior do que a inflação no país?
Como a inflação nos EUA ainda está em torno de 2% ou menos, para o brasileiro, a variação internacional em dólar não tem importância expressiva, pois seguirá comprando aqui, o que sempre comprou, com o mesmo valor.