https://www.osul.com.br/novo-presidente-dos-estados-unidos-quer-controle-de-armas-e-tenta-envolver-a-china/

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vê o Tratado New Start firmado com a Rússia nesta semana como o início de um engajamento em temas estratégicos, como o controle de armas multilateral, disse um embaixador dos Estados Unidos nesta quinta-feira (4).

Robert Wood, embaixador dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, pediu em um discurso feito na Conferência para o Desarmamento patrocinada pela ONU uma nova iniciativa de controle de armas que “cubra mais armas, e futuramente mais países”.

“Os Estados Unidos também procurarão envolver a China no controle de armas nucleares e na redução de riscos. Espero que a China se junte a nós neste esforço”, disse Wood, que também atua como comissário norte-americano da Comissão Consultiva Bilateral do Tratado New Start.

EUA e Rússia anunciaram na quarta-feira que renovaram o tratado de controle de armas New Start por cinco anos, preservando o último tratado de limitação de mobilização dos dois maiores arsenais nucleares estratégicos do mundo.

O embaixador russo, Gennady Gatilov, ex-vice-ministro das Relações Exteriores, também falou durante as conversas de Genebra para elogiar a prorrogação do tratado.

A embaixadora de Israel, Meirav Eilon Shahar, disse que o pacto e o diálogo direto entre as duas potências mundiais testemunharam “um objetivo compartilhado de intensificar a segurança e a estabilidade globais”.

Aproximação

Para o analista político e economista Carlo Barbieri, uma possível aproximação entre norte-americanos e chineses seria ruim para o agronegócio brasileiro. “Na gestão de Donald Trump, a China elevou as tarifas de importação de grãos, o que causou uma valorização desses produtos no mercado internacional. O grande desafio será manter o patamar de preço elevado sem a guerra comercial”, pontua.

Ainda na avaliação do analista político, o presidente americano deve focar nos negócios com a China na área de tecnologia, levando a uma evasão das inovações americanas a nível brasileiro. “Isso pode ter um impacto nas nossas exportações, que em algumas áreas podem ser limitadas”, projeta.