De acordo com relatório divulgado pela ONU, a disputa bilateral entre as duas potenciais mundiais pode render um aumento de mais de U$10,5 bilhões para o Brasil.

Um novo levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) estimou quem ganharia vantagem e quem não seria beneficiado com a guerra comercial travada entre China e Estados Unidos. Os países da União Europeia seriam os maiores beneficiados, capturando cerca de 70 bilhões, conforme o Relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). O mapeamento indicou que a disputa pode render um salto de até U$10,5 bilhões para as exportações brasileiras.

O resultado geral avaliado pelo documento é que, distante da intenção de supervalorizar a produção americana, dificultando o acesso de produtos importados da China pelos EUA, Donald Trump pode encarar um cenário onde os produtos chineses serão apenas substituídos por de outros países, e não os nacionais.

As barreiras impostas por China e EUA atingem um total de US$ 50 bilhões de cada uma das duas economias. “A confrontação rapidamente escalou e, em setembro de 2018, os EUA impuseram 10% de tarifas cobrindo US$ 200 bilhões de importações chinesas”, conforme o relatório. Em resposta, Pequim assumiu uma retaliação contra produtos americanos no valor de US$ 60 bilhões. Na expectativa de haver um acordo entre as duas potências, as barreiras que entrariam em vigor em janeiro deste ano, foram adiadas para 1º de março.

Com mais de 30 anos de experiência, o analista econômico e consultor Carlo Barbieri, acredita que as consequência desta guerra bilateral são auspiciosas para o Brasil. “Temos visto uma grande oportunidade comercial para que o Brasil se afirme nestes mercados, principalmente aqui nos Estados Unidos. É possível que neste momento o país ganhe competitividade aos seus produtos e reafirme sua robustês comercial aqui nos EUA. Temos as condições ideais para ocupar o centro dessa disputa e ganhar com ela”, pondera o especialista.

Outro ponto favorável levantado por Barbieri é a proximidade geográfica do Brasil com os Estados Unidos, a qualidade dos produtos e a força de trabalho brasileiros são atrativos que devem conferir ao país a posição central na avaliação comercial americana. “Os Estados Unidos estão fortalecendo laços comerciais neste momento. A questão política ideológica atual também têm sido favorável. O Brasil pode e deve aproveitar essa chance para consolidar ainda mais a relação com os EUA”, avalia o economista ponderando que não há melhor momento para investimentos brasileiros nos EUA.

INTERNACIONALIZAÇÃO BRASILEIRA PARA OS EUA

Segundo analisado pela consultoria Oxford Group, do ponto de vista econômico, os EUA tem se tornado o desejo e destino de empresas da maior parte do mundo, por sua segurança jurídica, a forca de sua moeda e a estabilidade de suas instituições: ou seja, a base ideal para internacionalização de empresas. Barbieri afirma que os EUA têm demostrado força

internacional e forte posicionamento econômico.

“O atual governo, do ponto de vista econômico, tem implementado uma profunda desregulamentação, para agilizar a economia e tirar custos desnecessários e retardadores do progresso. Com a confiança do mercado, valorizou a poupança do americano e nos que investem nos EUA. Mais de $7 trilhões foram acrescidos ao valor das inversões nas bolsas de valores. A taxa de crescimento tem sido o dobro da obtida, em média, nos últimos 8 anos”, afirma o economista Carlo Barbieri.

CENÁRIO IDEAL PARA INVESTIR

Segundo o especialista, com a reforma tributária, os EUA estão atraindo milhares de matrizes de suas empresas de volta para o país, e muitos outros empreendedores estão visualizando a possibilidade de instalarem suas bases de operações mundiais a partir dos EUA. Ele destaca duas razões: Impostos baixos para as empresas (caíram de 35% para 21%) e a insegurança pessoal, jurídica e institucional, além da precária capacidade de recuperarão econômica do Brasil que está fazendo com que, mesmo mantendo sua atuação no país, as empresas estejam se organizando para se internacionalizar e os EUA passam a ser o seu destino principal.

“Há uma mudança do conceito aqui nos Estados Unidos, em que passa a taxação americana a ser territorial e não mundial para as empresas que operam em outros países, o que faz com que, na prática, em especial nos países com tratados tributários, os lucros obtidos em outros países não são taxados ao serem trazidos para os EUA. A transferência das sedes de empresas está sendo galopante. ademais, os EUA tem cerca de 2000 formas de apoiar e incentivar as empresas que queiram se estabelecer no território americano”, afirma Barbieri.

Com mais de 25 anos de experiência nos Estados Unidos, Carlo Barbiei é Presidente do Grupo Oxford, a maior empresa de consultoria brasileira nos EUA. Consultor, jornalista, analista político, palestrante e educador. Membro fundador e primeiro presidente do Brazilian Business Group, membro fundador e presidente do Brazil Club e membro do conselho da Deerfield Chamber of Commerce. Formado em Economia e Direito com mais de 60 cursos de especialização no Brasil e no exterior.