Brasil: Nem o GPS resolve
Publicado em 28 de Março de 2016 na revista Comex do Brasil
As mudanças dos rumos na política brasileira estão deixando os observadores internacionais com dificuldade de entenderem como será o futuro do país.
Mesmo para nós brasileiros residentes nos EUA, tentarmos dar uma indicação do que ocorrerá a curto e médio prazo é muito difícil.
Participamos de vários programas de TV e rádios convidados para oferecer considerações e dar uma visão do que está acontecendo e o quê esperamos.
Que difícil e desagradável tarefa.
O que os empresários, jornalistas, acadêmicos sabem é que o país, infelizmente errou no seu projeto econômico e não tem como pagar as contas da gastança populista.
Nossa previdência é inviável e o ajuste econômico, uma vez iniciado, deverá levar pelo menos uma década para dar resultado.
Mas, não se sabe quando haverá este início.
Aparentemente, não temos uma data marcada e não sabemos se teremos. Como diria o Jô Soares: “Não é que não há luz no fim do túnel, não tem túnel!
Ao contrário do que muitos dizem, na minha visão, não é o fator político que está atrapalhando a economia. Nós sabemos que a população e o Congresso raciocinam com o bolso. Se não fosse a situação econômica tão grave, não haveria esta onda de protestos e nem a consciência popular da necessidade de mudança.
Como estamos com as empresas fechando, o emprego sumindo, a inflação estourando, etc., muita gente passiva começou a melhor observar o que estava ocorrendo e se manifestando.
Por outro lado, a classe média, mais ligada a valores éticos e morais, ao ler e ver o nível de corrupção em que estávamos e a tentativa de jogar a conta na população, não quer “pagar o pato” como diz a inteligente campanha da FIESP.
Até aí, 70% da população quer a saída da Presidente, que até agora, a bem dizer, ainda não assumiu o segundo mandato. Seja por incompetência, seja pela corrupção ou seja do ponto de vista legal, por que cometeu crime de responsabilidade.
Mas, como não temos oposição de verdade, e competente, toda esta massiva manifestação não tem para onde dirigir sua inconformidade e não sabe o que propor no lugar da lambança que está aí.
Pelo que vemos, em saindo o impeachment, se sair, teríamos um “governo de união nacional” com o atual Vice-Presidente na liderança.
Esta solução, de dar um mínimo de esperança e o restabelecimento de bases para o desenvolvimento, precisa ser combinada com a Justiça.
Temos aí duas combinações a serem feitas:
Primeiro com a “Lava Jato”, onde está sendo pendurada, gradualmente, quase toda a classe política, tanto do Executivo, como do Legislativo, incluindo o presidente de cada casa do Congresso.
Segundo com o Superior Tribunal Eleitoral, onde há documentação de sobra para anular as eleições da Chapa Dilma/Temer.
Em acontecendo isto antes de dezembro teríamos novas eleições presidenciais que, sem dúvida, poderiam redundar numa solução mais saudável para o pais.
Porém,ai surge uma realidade: não temos candidatos a presidente!!!
Marina, sabemos de suas limitações e os lideres, por assim dizer, dos partidos mais representativos não têm como agradar e atenderà a necessidade do País e da sua população.
Ter-se-ia que buscar um candidato fora dos políticos tradicionais, ou seja, em organizações ou entidades que ainda gozam do respeito da população.
São poucas as escolhas: a Igreja, a Justiça e as Forças Armadas.
Vemos que esta análise proceda. Só dois nomes têm estado presente neste momento no imaginário da população: Sergio Moro (da Justiça do Paraná – não Nacional) e Bolsonaro.
Em se elegendo pessoa idônea, competente e que dê novas esperanças à população, como fazermos para esta pessoa governar, num quadro político em que temos dezenas de partidos e parlamentares de, digamos, pouco espirito público.
Precisaremos de uma reforma política que traga responsabilidade aos parlamentares. Mais ônus e menos bônus.
Como têm concluído nossos colegas aqui nos EUA. Nem GPS da direção ao país, por enquanto.