O Chile é visto como referência pelos “Chicago Olds” que assumirão o leme do Brasil em 1º de janeiro. Mas o sucesso chileno não ultrapassa a página 3. Considerando os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Chile figura, junto com Brasil e Turquia, entre os três únicos cujos tributos indiretos superam os diretos na composição da carga tributária.
Consequência disso? Desigualdade. Brasil e Chile integram o Top 5 das nações que mais concentram renda, fazendo companhia a Catar, Líbano e – novamente – Turquia.
A privatização da previdência está longe de representar um “case” de sucesso. O valor pago para a maioria dos aposentados chilenos varia de 30% a 40% do salário mínimo no país, que é de cerca de US$ 350, o equivalente a R$ 1,3 mil. O resultado são protestos por todo o país, com o governo tentando emplacar uma mudança no sistema para arrecadar contribuição das empresas (atualmente, apenas os empregados pagam).
Boa parte do problema vem da obrigação de recolher para as AFPs, privadas e, em sua maioria, controladas por estrangeiros. Altas taxas administrativas, associadas a aplicações sem a devida regulação estatal, contribuíram para a ineficiência das AFPs. Os recursos depositados nas Administradoras Privadas atingiram em 2010 cerca de 70% do PIB do Chile.
O salário mínimo, cerca de 30% superior ao brasileiro, não é universal. Para menores de 18 anos e maiores de 65 anos, o valor cai pela metade. Além disso, em função do modelo neoliberal radical de trabalho, estima-se que mais de metade dos trabalhadores chilenos não recebam o mínimo legal.
Na terra de Trump
Em 2018, houve um aumento de 40% no número de brasileiros que querem internacionalizar suas empresas para os Estados Unidos e aproveitar as vantagens tributárias e a segurança econômica que o país oferece, informa a consultoria Oxford Group.
Empresas do mercado exterior tem sido atraídas aos EUA em função das vantagens tributárias aplicadas pela gestão de Donald Trump e pelos novos acordos comerciais, segundo o economista Carlo Barbieri, presidente da consultoria. Nos últimos anos os Estados Unidos atraíram investimentos de diversos setores de atividades, como o de armamento, siderúrgico, sucos, alimentos, entre outros.