Diante do desenvolvimento mundial, a indústria brasileira foi sendo apequenada e limitada ao longo das últimas décadas. Juros altos, a cascata tributária e, até mesmo, a legislação trabalhista influenciaram neste mal posicionamento do País.
No que diz respeito a entrada no mercado mundial nos últimos 16 anos, se agregou à proposital derrubada do dólar para desmotivar as exportações, seja para atender a sandice do presidente enjaulado que, em uma de suas estultices, dizia: “o que exportamos vai faltar às famílias brasileiras”, seja pelo decantado “custo Brasil”.
Se considerarmos a exportação global, que atinge $22.990 trilhões e a brasileira de $217 bilhões, ou seja 0,8% da total, para sermos educados, podemos considerá-la modesta demais. Com isto, a indústria passou a viver e a sobreviver de isenções e protecionismo. Com o raiar de uma nova visão do futuro superministério da economia, a indústria tem que se fortalecer, sendo competitiva, eficaz e dinâmica.
O PIB do Brasil de $2.056 trilhões, se comparado com o mundial de $80.684 trilhões, bem mostra a pequenez do mercado interno frente ao que temos disponível no mundo, apenas 2,54%. Vemos países como a Alemanha, em que mais de 40% de seu PIB advém das exportações.
Agora será inexorável: ou a indústria volta a buscar o mercado mundial, se globalizando, aumentando sua competitividade ou estará fadada a um ocaso triste e talvez imerecido. O novo Brasil precisa saber como, onde e de que maneira fará sua internacionalização de forma urgente, de forma planejada e estruturada.
Precisa usar seu conhecimento, sagacidade e agudeza de raciocínio para implementar um programa de crescimento e expansão, que gere um aumento notável de sua atuação a nível mundial. Nos últimos anos os Estados Unidos da América atraíram investimentos de diversos setores de atividades, como o de armamento, siderúrgico, sucos, alimentos, entre outros. E o intuito das nações que procuraram os EUA foi muito além de localizar apenas sua base exportadora, como, muitas vezes, sua base industrial e até mesmo sua matriz nos EUA, para se utilizar da nova formatação tributária (atualmente a melhor do mundo livre).
Se levarmos em conta que o PIB atual dos EUA ($20.660 trilhões) é cerca de 10 vezes o do Brasil, com um crescimento médio de mais de 3% ao ano, vemos aí onde devemos ancorar nossas esperanças.
Os novos acordos comerciais dos EUA transmitem às empresas a seguridade de que, quando estabelecidas no país, terão ainda melhores condições de crescimento. Se internacionalizar é a solução para a economia brasileira, os EUA, sem dúvida, é um dos melhores destinos.
* Com mais de 25 anos de experiência nos Estados Unidos, Carlo Barbieri é Presidente do Grupo Oxford, a maior empresa de consultoria brasileira nos EUA. Consultor, jornalista, analista político, palestrante e educador. Membro fundador e primeiro presidente do Brazilian Business Group, membro fundador e presidente do Brazil Club e membro do conselho da Deerfield Chamber of Commerce. Formado em Economia e Direito com mais de 60 cursos de especialização no Brasil e no exterior. Cursos estes realizados em diversas Instituições, como: Fundação Getúlio Vargas, Universidade Federal de Brasília, Universidade Mackenzie, Sorbonne, University of Chicago Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT).