Buenos Aires amanhece esta sexta-feira com feriado decretado devido ao início da reunião de cúpula do G20. Transportes não funcionarão, por determinação do governo, inclusive nas cidades adjacentes à capital. O objetivo não é facilitar o transporte das autoridades – até porque o trânsito não é tão ruim quanto em outras megalópoles. A intenção é afastar manifestantes dos diversos atos convocados para protestar contra as medidas de arrocho implantadas no país.

Os líderes do G20 vão debater uma agenda que vai da segurança ao meio ambiente. Mas o cerne são as taxações impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra importações, especialmente vindas da China. O comércio exterior do grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia, cresceu muito pouco no terceiro trimestre deste ano, após queda nos três meses anteriores.

Mas a grande questão é se o G20 vai enfrentar de frente os riscos que se desenham em 2019 e 2020. A perspectiva de uma nova crise financeira, maior até que a de 2007/2008, está cada vez mais presente nas análises de especialistas. A dívida norte-americana, não só do governo, mas das famílias e empresas, é uma ameaça. O crédito estudantil pode vir a ser o estopim semelhante ao subprime, dez anos atrás.

Além disso, o FMI alerta para o aumento de créditos podres, disfarçados em pacotes vendidos pelos bancos a investidores. Tal qual antes do estouro da crise. O G20 vai ignorar estes alertas?

Mais quatro anos de topete

Há analistas que esperam um cenário econômico positivo nos EUA nos próximos dois anos. Carlo Barbieri, presidente da consultoria Oxford, cita que a taxa de desemprego está em 3,7%, o menor índice em 49 anos e o desemprego na comunidade (5,9%) alcançou o menor percentual desde 1970. Junto com a diminuição dos impostos para a classe média e do imposto de renda para empresas, o economista e analista político, quer atua nos Estados Unidos há 30 anos, aposta na reeleição de Trump em 2020.

“Mesmo com a retomada do controle da Câmara pelos Democratas – o que deve dificultar as políticas do Presidente – a tendência é que o partido democrata prossiga a reboque da agenda temática do atual presidente Donald Trump. A estratégia de barrar os projetos do Governo Trump na Câmara poderá ter efeito contrário ao desejado pelos democratas, o que fortalece o presidente para as eleições de 2020”, afirma Barbieri.

Olho na nuvem

As firmas de auditoria de pequeno e médio porte estão investindo em tecnologia para se tornarem competitivas, indica pesquisa inédita realizada pela Federação Internacional de Contadores (Ifac, na sigla em inglês) em parceria com o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon). Essas firmas têm menos de 15 funcionários e faturamento anual abaixo de R$ 10 milhões.

De acordo com o levantamento, 75% das que responderam ao questionário investirão em tecnologia entre 1% e 10% do seu faturamento. Serviços em nuvem e contratação de especialistas em análise de dados são dois pontos citados.

Contas

Bolsonaro começou falando em 15 ministérios, depois subiu para 20, e agora cogita 22. Uma margem de erro de quase 50%. Se Paulo Guedes for nesta balada, o mercado vai se estressar.

Relações carnais

Bolsonaro receber orientações do assessor de Trump é criticável; bater continência, inaceitável. Bom lembrar que relações carnais com os EUA foi o lema de Carlos Menem, ex-presidente da Argentina. Acabou preso, e o país quebrou.