Matéria publicada originalmente no Jornal Gazeta do Povo  e The Word News

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No primeiro trimestre deste ano, a economia dos Estados Unidos cresceu além do esperado. A expectativa era de um avanço na casa dos 2% para o período. O resultado surpreendeu até mesmo os especialistas, e o PIB americano registrou 3,2% para os três primeiros meses de 2019. Nem mesmo o shutdown ou os impasses da guerra comercial com a China frearam o crescimento americano. O presidente Donald Trump comemorou o feito. Não havendo alto desemprego, a população acaba recebendo mais, consumindo mais e gerando resultados satisfatórios para a economia

Em uma análise, é possível elencar os pilares fundamentais para este resultado. O primeiro deles é a inversão de valores – de uma maneira significativa – da presença de outros países no mercado americano. Como consequência da mudança da legislação tributária, a confiança na economia americana tem aumentado. Os Estados Unidos passaram a beneficiar investimentos estrangeiros, de modo que, quando o investidor coloca sua empresa em território americano e mantém o país de origem como filial, o recurso que vem para os EUA a título de lucro da filial não é tributado. Esta foi uma grande fonte de atração de capital.

Como segundo ponto, podemos mencionar a diminuição dos impostos para as corporações americanas, de 35% para 21%. Este foi um estímulo para que as empresas aquecessem suas atividades e passassem a gerar mais lucro aos Estados Unidos, devido à menor taxação. Além disso, havia a perspectiva – que eu poderia nomear até como “ameaça” – de o governo Donald Trump mudar o presidente do FED caso ele insistisse na política de aumento da taxa de juros. Isso fez com que a classe empresarial, em geral, sentisse que, de alguma forma, esse aumento da taxa de juros não ocorreria na mesma velocidade do ano passado. Isso deu muito mais fôlego para investimentos dentro do mercado interno.

Por fim, mas não menos importante, com este crescimento econômico foi estabilizada uma economia com praticamente pleno emprego. Com esse cenário, a economia ganha mais dinâmica, considerando que quase 75% dos Estados Unidos vivem de bens e serviços. Não havendo alto desemprego, a população acaba recebendo mais, consumindo mais e gerando resultados satisfatórios para a economia como um todo.

O cenário americano é auspicioso para receber empresas de outros países. Brasileiros empreendedores encontram uma economia estável e atraente para novos investimentos. E não é de hoje que os Estados Unidos são um país desejado por quem deseja criar raízes em negócios no exterior. Segundo apontamento da Apex Brasil divulgado em 2017, os Estados Unidos são a prioridade das empresas brasileiras que pretendem se internacionalizar, sendo citados por 68,8% das empresas; muito atrás vêm Colômbia (23,4%), México (21,3%), Argentina (17,7%) e Emirados Árabes Unidos (15,6%).

Carlo Barbieri é consultor, presidente do Grupo Oxford, membro fundador e primeiro presidente do Brazilian Business Group, membro fundador e presidente do Brazil Club e membro do conselho da Deerfield Chamber of Commerce.

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The pillars of the amazing American GDP

In the first quarter of this year, the US economy grew above expectations. The expectation was an advance of 2% for the period. The result surprised even the experts, and the US GDP recorded 3.2 percent for the first three months of 2019. Not even the shutdown or deadlock of the trade war with China slowed US growth. President Donald Trump celebrated the feat. Without high unemployment, the population ends up receiving more, consuming more and generating satisfactory results for the economy

In an analysis, it is possible to list the fundamental pillars for this result. The first of these is the inversion of values ​​- in a significant way – of the presence of other countries in the American market. As a consequence of the change in tax legislation, confidence in the US economy has increased. The United States has benefited foreign investment so that when the investor places his company on American territory and maintains the country of origin as a subsidiary, the resource that comes to the US as a subsidiary profit is not taxed. This was a great source of capital attraction.

As a second point, we can mention the tax cuts for US corporations, from 35% to 21%. This was a stimulus for the companies to warm up their activities and to generate more profit to the United States, due to the lower taxation. In addition, there was the prospect – which I might even name as a “threat” – of the Donald Trump government to change the Fed chairman if he insisted on the policy of raising interest rates. This made the business class, in general, feel that somehow this increase in the interest rate would not occur at the same speed as last year. This gave much more encouragement to investments within the domestic market.

Last but not least, with this economic growth an economy with practically full employment has stabilized. With this scenario, the economy gains more momentum, considering that almost 75% of the United States lives of goods and services. Without high unemployment, the population ends up receiving more, consuming more and generating satisfactory results for the economy as a whole.

The American scene is auspicious to receive companies from other countries. Brazilian entrepreneurs find a stable and attractive economy for new investments. And it is not today that the United States is the desired country for those who want to take root in overseas business. According to Apex Brasil’s announcement issued in 2017, the United States is the priority of Brazilian companies that intend to become international, being cited by 68.8% of companies; far behind Colombia (23.4%), Mexico (21.3%), Argentina (17.7%) and the United Arab Emirates (15.6%).